Umbandistas PODEM COMER CARNE na sexta-feira da Paixão? A sexta-feira da Paixão, segundo o Catolici
- YLÈ XANGÔ & OXUM
- 30 de mar. de 2019
- 3 min de leitura
Umbandistas PODEM COMER CARNE na sexta-feira da Paixão?
A sexta-feira da Paixão, segundo o Catolicismo, remete à uma data de jejum relacionado ao sofrimento da crucificação e morte carnal de Jesus Cristo, que sofreu por todos nós para nos redimir dos pecados da humanidade e tornar a salvação possível. É uma forma de penitência que os Católicos encontraram de eternizar e trazer as pessoas à reflexão sobre o imensurável amor de Jesus por nós. Simboliza na realidade, a abnegação dos prazeres da carne de um modo muito maior que apenas a “carne-alimento”.
Novamente convidamos você, nosso caro seguidor, a refletir desta vez, acerca dessa data.
A Umbanda não possui um livro ou codificação que instrua seus adeptos a seguirem o mesmo preceito. Entretanto, como é uma religião que normalmente, traz consigo o sincretismo com o Catolicismo, tal ato se torna comum na Umbanda. Existem vertentes Umbandistas com lindos trabalhos moral, social e cultural, que defendem a exclusão do sincretismo. À estas e todas as outras religiões e vertentes, também devemos respeito.
Em nossa casa nós trabalhamos normalmente na Quaresma e nos resguardamos apenas na Sexta-feira Santa, ficando cada trabalhador da casa, ciente da necessidade da reflexão sobre seus próprios atos, sendo então, secundária a questão do consumo ou não da carne.
Diferente dos dias de trabalho (às sextas-feiras e domingos de desenvolvimento mediúnico), onde a ingestão de carne é extremamente desaconselhável por questões energéticas e vibracionais por interferirem negativamente no momento do passe, desenvolvimento ou tratamento espiritual.
Com a conscientização de um sentido maior deste período, se tem em mente que uma forma edificante e sensata de reflexão se faz quando pensamos com profundidade em tal ato.
O “abrir mão” de comer carne por um dia, tem sido trocado por um dia em jejum de iras, de julgamentos, de egoísmos e tantos outros baixos pensamentos e atos. E já não é tarefa fácil. Tudo fica mais difícil se falarmos na caridade (que não se concretiza em apenas um dia), caminho que nos ilustra com muito mais fidelidade o amor de Cristo por nós.
A carne é descartada das mesas sem sofrimento algum, afinal, a troca é por um dia apenas e sempre é por um bom peixe, (mais por motivo cultural que religioso). Algumas pessoas mal sabem a razão desse jejum e simplesmente não comem carne porque esse ato se tornou uma tradição familiar. O consumismo mais uma vez engolindo o sentido verdadeiro de uma tradição.
Onde está a penitência?
Precisamos ter Cristo como exemplo diário em nossas vidas, para que no futuro não seja necessário um dia específico para pensarmos na compaixão que ele teve por nós. Que tenhamos sempre MUITO RESPEITO aos antigos costumes, mas que junto com eles, possamos cada vez mais agregar sentidos maiores para criarmos consciências cada vez mais elevadas. Que seja um dia COM OU SEM carne, mas com reflexão, sede de melhora, amor ao próximo e gratidão, muita gratidão é o que fará o sofrimento de Nosso Senhor Jesus Cristo não ter sido em vão.
Para o Umbandista, Jesus está mais vivo do que nunca e ele não retornará, pois nunca nos deixou.
Que em comunhão familiar nesta sexta-feira, você possa ter saúde para poder desfrutar e agradecer tudo o que lhe foi proporcionado de acordo com o seu merecimento e que você encontre no seu semelhante, mais que razões para se doar de coração incondicionalmente. Que prevaleça o respeito às formas de conexão com o sagrado. Não vai comer carne? Não julgue quem vai comer. Vai comer carne? Não julgue quem não vai comer. Lembre-se: mais vale o que alimenta a nossa alma; nossas intenções e atos. Que seja um dia de união, reflexão, respeito e bênçãos.
“Senhor Deus, que enviaste seu filho, para que em sua passagem na Terra, nos ensinasse o sentido do amor verdadeiro, da compaixão e da benevolência, no dia de hoje e sempre. Que sua luz nos dê forças e ilumine nossas consciências. Que nossa cruz seja veículo de aprendizado. Que na diária caminhada, possamos encontrar a piedade, o amor ao próximo e a ternura maternal de Maria. Que em nossas provas, possamos ser de instrumento de aprimoramento espiritual. Que por toda jornada, sejam aceitos os nossos pedidos de perdão por todas as vezes que errarmos. Nos perdoe Senhor, por toda dor que passaste pelo nosso bem e ainda assim seguimos muitas vezes por caminhos tortuosos. Que não nos falte sabedoria para passar pelas expiações. Que sejam aceitas por nós como presente da Divina Providência. Que não caiamos em desânimo. Que não percamos a força. Que não se finde a nossa fé. Que o seu amor seja bálsamo para as nossas dores e auxílio para nos manter de pé. Que assim seja. Amém.”

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