Lenda de Xapanã Xapanã quer dizer "rei e dono da terra". Sua veste é palha e esconde o segredo da
- YLÈ XANGÔ & OXUM
- 4 de fev. de 2019
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Lenda de Xapanã
📷Xapanã quer dizer "rei e dono da terra".
Sua veste é palha e esconde o segredo da vida e da morte.
Está relacionado à terra quente e seca, como o calor do fogo e do sol - calor que lembra a febre das doenças infecto-contagiosas. Domina completamente as doenças que rege. Ao mesmo tempo em que as causa, tem poder de cura sobre elas.
É o Orixá das doenças transmissíveis, Deus da peste da varíola e das doenças contagiosas e é considerado o medico do espírito e da matéria.
Possui o poder de curar todas as doenças de pele, feridas etc... E assim como sua mãe Nanã tem profunda relação com a morte (Ikú), exige muito respeito e obediência, seu nome nunca deve ser mencionado em vão, pois castiga severamente os infratores com suas pestes devastadoras. Usa uma roupa de palha, cobrindo seu rosto e escondendo assim seus ferimentos.
ARQUÉTIPOS
Nunca estão totalmente satisfeitos. Sempre querem mais. Mesmo quando acham que tudo está contra eles, persistem em seus propósitos.
Para os filhos de Xapanã Importam os fins, não os meios.
Aparentemente fortes, são, na verdade, frágeis e volúveis e se sujeitam a rígidas disciplinas e regras morais.
São pessoas tristes, desanimadas, masoquistas, contundência a autodestruição e solitárias. Costumam manter á parte do seu circulo de amizades. Isso quer dizer que são pessoas que vêem em si mesmas uma série de defeitos e sofrimentos que podem ou não ser exagerados e mostram esses defeitos e sofrimentos em suas atitudes. Aparentam ser mais velhos do que realmente são. Austeridade seria um dos fatores que contribuem para essa impressão de envelhecimento.
📷LENDAS
1ª LENDA
Oxum era considerada a deusa mais guerreira de Daomeh. Um dia, ela foi conquistar o reino de Oxalá e se apaixonou por ele. Mas este não queria se envolver com outro Orixá que não fosse sua amada esposa Iemanjá. Por isso, explicou tudo a Oxum, mas ela não se fez de rogada. Sabendo que Oxalá adorava vinho de palma, embriagou-o. Ele ficou tão bêbado que se deixou seduzir por Oxum, que acabou ficando grávida. Mas por ter feito isto, foi castigada e deu a luz a um menino horrível, não suportando vê-lo, lançou-o no rio. O menino foi mordido por caranguejos, ficando todo deformado. Por sua terrível aparência, passou a viver longe dos outros Orixás. De tempos em tempos, os Orixás se reuniam para uma festa. Todos dançavam, menos Xapanã, que ficava espreitando da porta, com vergonha de sua feiúra. Ogum percebeu o que acontecia e, com pena, resolveu ajudá-lo, trançando uma roupa de palha da costa, que lhe cobriu todo o corpo. Com este traje, ele voltou a festa e despertou a curiosidade de todos, que queriam saber quem era o Orixá misterioso. Iansã, a mais curiosa de todos, aproximou-se, e neste momento, formou-se um turbilhão e o vento levantou a palha, revelando um rapaz muito bonito. Desde então, os dois Orixás vivem juntos, e os dois passaram a reinar sobre o reino dos mortos.
2ª LENDA
Xapanã, originário de Tapa, leva seus guerreiros para uma expedição aos quatro cantos da terra. Uma pessoa ferida por suas flechas ficava cega, surda ou manca, Obaluaê-Xapanã chega ao território de Mahi no norte de Daomé, matando e dizimando todos os seus inimigos e começa a destruir tudo o que encontra a sua frente.
Os Mahis foram consultar um Babalaô e o mesmo ensinou-os como fazer para acalmar Xapanã. O Babalaô diz que estes deveriam trata-lo com pipocas, que isso iria tranqüiliza-lo, e foi o que aconteceu. Xapanã tornou-se dócil.
Xapanã contente com as atenções recebidas mandou construir um palácio onde foi viver e não mais voltou ao país Empê. O Mahi prosperou e tudo se acalmou. Xapanã continua sendo saudado como rei de Nupê e pai em Empê.
3ª LENDA Orixá da cura, continuidade e da existência !!! Chegando de viagem à aldeia onde nascera, Xapanã viu que estava acontecendo uma festa com a presença de todos os orixás. Xapanã não podia entrar na festa, devido à sua medonha aparência. Então ficou espreitando pelas frestas do terreiro. Ogum, ao perceber a angústia do Orixá, cobriu-o com uma roupa de palha, com um capuz que ocultava seu rosto doente, e convidou-o a entrar e aproveitar a alegria dos festejos. Apesar de envergonhado, Xapanã entrou, mas ninguém se aproximava dele. Iansã tudo acompanhava com o rabo do olho. Ela compreendia a triste situação de Xapanã e dele se compadecia. Iansã esperou que ele estivesse bem no centro do barracão. O xirê (festa, dança, brincadeira) estava animado. Os orixás dançavam alegremente com suas equedes. Iansã chegou então bem perto dele e soprou suas roupas de palha com seu vento. Nesse momento de encanto e ventania, as feridas de Xapanã pularam para o alto, transformadas numa chuva de pipocas, que se espalharam brancas pelo barracão. Xapanã, o deus das doenças, transformara-se num jovem belo e encantador. Xapanã e Iansã Igbalé tornaram-se grandes amigos e reinaram juntos sobre o mundo dos espíritos dos mortos, partilhando o poder único de abrir e interromper as demandas dos mortos sobre os homens.

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